Além dela, pai de santo e mais dois também foram denunciados à Justiça.
Comerciante Edilma Dantas de Souza foi morta no mês de abril, em Natal.
Edilma Dantas, foi morta em abril deste ano em um ritual de magia negra. |
Uma adolescente de 14 anos está entre as quatro pessoas indiciadas pela
morte da comerciante Edilma Dantas de Souza, de 41 anos, assassinada
durante um ritual de magia negra na zona Norte de Natal.
A vítima foi vista pela última vez no dia 1º de abril e teve o corpo
encontrado enterrado no quintal de uma casa dois dias depois. Além da
garota, três homens também foram denunciados por homicídio duplamente
qualificado e ocultação de cadáver. “Obviamente, por ser menor, ela foi
indiciada pela infração análoga ao crime”, explicou o delegado Bem-Hur
de Medeiros, titular da Delegacia Especializada em Capturas (Decap),
responsável pela condução e conclusão do inquérito. As denúncias, já em
poder do Ministério Público, foram remetidas à 4ª Vara Criminal da Zona
Norte de Natal nesta quarta-feira (31).
Segundo o delegado, os três homens acusados permanecem presos. Já a
adolescente, encontra-se internada em uma instiuição para menores
infratores. Ainda de acordo com Ben-Hur, "ela era companheira do pai de
santo João Maria Guedes Silva, mais conhecido como 'João Macumbeiro',
que confessou o crime.
Consta no inquérito que os suspeitos asfixiaram Edilma. Além disso,
eles teriam dificultado, ou tornado impossível, a defesa da vítima, o
que torna o crime duplamente qualificado. “A menina segurou as pernas da
vítima enquanto ela era asfixiada. Todos tiveram participação”, afirma o
delegado.
A polícia, no entanto, não sabe quem asfixiou, de fato, a vítima. “Eles
ficam jogando a culpa um para o outro. Mas todos tiveram participação”,
afirma Ben-Hur.
Indiciados
Os indiciados são o pai de santo João Maria Guedes Silva, o 'João
Macumbeiro', Jarbas Gomes, também conhecido como 'Lilico' ou 'Bruxo', e
Gildazio Cardoso Gomes, que é chamado de 'Gil'. No dia em que foram
presos, o três foram ouvidos pelo G1. Gildazio disse
que não participou do crime, que não estava no local do homicídio e que
não sabia da ideia de Jarbas fazer um ritual macabro. Jarbas rebate e
diz que quem matou Edilma foi João Maria. “Eu fui na casa dele e Edilma
estava lá. Eu fui tomar um banho de ervas para fazer um ritual, mas nada
que envolvesse a morte de ninguém. Quando voltei ela já estava amarrada
dentro de um buraco no quintal da casa dele. E ele começou a sufocá-la
com um pano. Eu falei pra ele que não concordava com aquilo e fui
embora”, disse Jarbas Gomes, o Lilico.
Arrependido
Um dia após a polícia encontrar o corpo de Edilma, o G1 entrevistou João Maria. Na ocasião, ele admitiu participação no ritual macabro. “Eu estou muito arrependido”,
disse ele, afirmando ter sido enganado por Jarbas. "Ele me disse que
depois desse ritual eu ia ter mais força na macumba para fazer trabalhos
de umbanda e que eu estaria protegido. Ele disse que a gente jamais
seria pego porque 'Lucifer' ia nos proteger com a capa dele e que minha
vida ia mudar muito depois do ritual. E mudou mesmo né? Agora eu estou
preso, acusado de assassinato", disse João Maria.
Ainda durante a entrevista, João Macumbeiro contou que era um amigo
fiel da família da comerciante. “Eu conhecia ela e a família dela há
muito tempo, eu fazia alguns trabalhos de pintor e consertos para eles, e
era muito amigo de Edilma. Ela confiava em mim", disse. A mulher, ainda
segundo João, o procurou para que ele fizesse um "trabalho de
amarração" para trazer um homem por quem ela estaria apaixonada. "Esse
homem é casado e Edilma estava apaixonada por ele e desesperada porque
ele não atendia mais às ligações dela, por isso Edilma queria fazer um
trabalho para que ele ficasse com ela", contou João.
O crime
A comerciante foi vista com vida pela última vez quando saiu da casa da
mãe dela, no bairro Nordeste, na zona Oeste de Natal, no dia 1º de
abril deste ano. "Edilma saiu dizendo que iria se encontrar com um
conhecido da família", confirmou o delegado Ben-Hur de Medeiros.
Em 3 de abril, ainda sem notícias, familiares de Edilma procuraram a
delegacia, registraram o desaparecimento e o delegado deu início às
investigações. "O irmão dela comunicou que a vítima foi levada por um
conhecido até uma casa que funcionava como um terreiro. O objetivo era
fazer um 'trabalho' para aproximar uma pessoa dela", detalhou o
delegado.
Ainda de acordo com Ben-Hur, ao chegar na casa, os suspeitos deram
bebida à vítima e a amarraram em seguida. "Então tiraram a roupa de
Edilma, mataram um bode e jogaram o sangue do animal por cima do corpo
dela. Depois a estrangularam até a morte", afirmou.
O corpo de Edilma foi enterrado no quintal da casa de um dos suspeitos,
no loteamento Jardim Progresso, na zona Norte da capital potiguar. Após
a informação do desaparecimento, este suspeito, conhecido de Edilma,
foi intimado e prestou quatro depoimentos na delegacia. "A partir de
alguns detalhes descobrimos a participação dele no ritual em que Edilma
foi morta", explicou o delegado.
Um mandado de prisão temporária foi expedido e o suspeito foi detido.
Além de confessar o crime, ele apontou a participação de outros dois
homens. "O suspeito nos informou que o 'bruxo' queria uma mulher
solteira e sem filhos para realizar o ritual de magia negra. Edilma se
encaixava no perfil", acrescentou Ben-Hur. O delegado pediu mais dois
mandados de prisão temporária e de busca e apreensão e prendeu os demais
suspeitos.
local onde o corpo foi encontrado, quintal de uma residência no bairro jardim progresso. |
João Maria Guedes Silva, O "João Macumbeiro", se diz arrependido |
postado por: GTO MACAU
fonte: portal G1
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